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A mortalidade de startups e a importância dos ambientes de inovação

Segundo Eric Ries, uma startup é uma instituição desenhada para criar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza e tem a inovação (seja tecnológica, de produto, de serviço, de processo ou de modelo de negócio) como o centro de suas operações. Esses empreendimentos tem potencial de mudar uma economia inteira, sendo esse o principal desafio.

Para obter êxito em se manter no mercado e atingir um crescimento exponencial, essas empresas que assumem o risco de inovar desde a concepção do negócio, enfrentam desafios bastante particulares. E diante desse mundo de incertezas e de risco iminente que as chamadas de startups enfrentam, fica cada vez mais nítido que alguns fatores são predominantes para que o negócio dê certo ou não. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, 25% dos startups morrem com menos de um ano de vida. Das que sobrevivem, 50% morrem com menos de quatro anos de vida e ainda 75% dessas morrem com menos de treze anos de vida. Ainda, segundo uma pesquisa realizada pelo SEBRAE-SP, as principais causas de mortalidade de empresas são: a falta de planejamento prévio, a má gestão empresarial e o comportamento do empreendedor. 

Ao fazer uma primeira análise sobre uma startup, podemos chegar a pensar que o envolvimento de mais de um sócio na criação e gestão da empresa representa maior acúmulo de habilidades indispensáveis para a gestão do negócio e gera maior credibilidade diante de clientes e possíveis novos clientes, aumentando seu potencial de sucesso. No entanto, contrariando essa conclusão, os dados mostrados na pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral revelam que quando a startup é composta desde o seu início por mais de um sócio, maiores são as suas chances de descontinuidade. As cinco principais razões para a descontinuidade das startups com mais de um sócio, são: o não alinhamento dos interesses profissionais ou pessoais dos fundadores, os desentendimentos entre os fundadores, a falta de identificação pessoal dos fundadores com o negócio, a incapacidade de adaptação dos gestores às necessidades do mercado e, por fim, o mau relacionamento entre fundadores e investidores.

A pesquisa revela ainda que as instalações das empresas que ainda estão em operação são resumidas em três categorias: home-office ou escritório virtual, incubadora ou parque tecnológico e escritório próprio ou sala alugada, e a análise dos dados nos mostrou que estar instalada em uma incubadora ou em um parque tecnológico representa um fator de proteção para a sobrevivência da startup, se comparado com as startups instaladas em escritório próprio ou sala alugada.

Quando a startup está instalada em uma aceleradora, incubadora ou parque, a chance de descontinuidade da empresa é 3,45 vezes menor do que a de uma startup instalada em escritório próprio ou sala/loja alugada, pois lá ela recebe todo o apoio e recursos que são essenciais enquanto a empresa está dando os seus primeiros passos. Entre esses recursos, podemos destacar:

● O espaço físico para alojar as empresas, propício para o desenvolvimento de novos negócios e com preços muitas vezes menores;

● A assessoria e consultoria no planejamento e gestão de um negócio inicial, assessoria financeira, gerencial, jurídica, contábil, marketing, etc;

● Infraestrutura e serviços básicos disponíveis, a custos reduzidos, tais como: salas de reuniões, telefonia, fax, acesso à internet, eletricidade, limpeza e segurança;

● Incubadoras oferecem treinamento, cursos, capacitação específica, tendo em conta as necessidades reais das empresas incubadas;

● Acompanhamento do projeto, que envolvem processos de avaliação e orientação;

● Projetos específicos das incubadoras: as incubadoras tomam inciativas de promover parcerias e projetos, o que pode trazer oportunidades muito interessantes para a empresa.

Diante disso, um ambiente tal qual uma incubadora, aceleradora ou parque diminui o risco de mortalidade desses empreendimentos, oferecendo recursos necessários para o desenvolvimento do negócio. Se o empreendedor possui uma ideia de empreendimento, um protótipo ou um produto/serviço inovador já desenvolvido e deseja lançá-lo no mercado, o contato com esses ambientes pode ajudá-lo e expandir suas oportunidades.

Texto por: Juliano Muller Dresch

Com informações de: Fundação Dom Cabral e SEBRAE-SP

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